O QUE ACONTECEU COM AS AÇÕES DA TESLA
As ações da Tesla sofreram uma queda acentuada recentemente, fechando com um recuo de 3,5% em 28 de março de 2025. Essa queda foi impulsionada por projeções fracas de entregas no primeiro trimestre, pressão crescente de concorrentes como a chinesa BYD e fatores políticos que vêm afetando a percepção pública da marca. A combinação desses elementos levanta dúvidas importantes sobre o rumo da empresa no curto e médio prazo. Neste artigo, destrinchamos as causas dessa retração e analisamos os próximos passos da gigante liderada por Elon Musk.
Entregas abaixo do esperado
Um dos principais fatores por trás da queda das ações da Tesla é a previsão de entregas abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2025. Enquanto analistas projetavam cerca de 398 mil unidades, estimativas internas e vazamentos apontam para apenas 364 mil. Embora pareça uma diferença pequena, representa um recuo relevante para uma empresa que acostumou o mercado a superar expectativas.
Impacto na narrativa de crescimento
A Tesla sempre foi avaliada como uma empresa de alto crescimento. Assim, uma desaceleração nas entregas impacta não apenas a receita imediata, mas também a confiança do mercado na sua trajetória de expansão global. Diversos analistas revisaram seus modelos de avaliação após os dados.
Entregas previstas caíram 8,5% em relação às projeções
Pior primeiro trimestre desde a pandemia
Modelos como S e X com quedas de dois dígitos
Tempos de espera mais longos prejudicam a confiança do consumidor
Fábrica na China operando abaixo de 80% da capacidade
O mercado reagiu com força a esses sinais. A queda de 3,5% em um único dia reflete o nervosismo dos investidores diante de uma possível mudança estrutural na demanda por veículos da Tesla, especialmente num cenário em que outras marcas estão avançando rapidamente.
Concorrência e pressão do mercado
A Tesla já não é mais a líder incontestável no setor de veículos elétricos. Empresas como a BYD da China e montadoras tradicionais como Ford e Volkswagen intensificaram suas ofertas de EVs, com preços mais atrativos e tecnologias proprietárias. Isso tem afetado a fatia de mercado da Tesla em regiões estratégicas.
China: o novo centro de EVs
No quarto trimestre de 2024, a BYD superou a Tesla em vendas de veículos elétricos pela primeira vez. O modelo Seal da BYD, com maior autonomia e preço 20% inferior ao do Model 3, atingiu diretamente o segmento médio da Tesla. Outras montadoras chinesas também estão expandindo sua presença na Europa e América Latina.
BYD vendeu 526 mil EVs contra 484 mil da Tesla no 4T 2024
Xpeng e NIO aumentaram presença na Europa
Ford reduziu o preço do Mustang Mach-E para competir diretamente
Volkswagen lançou o ID.2 por menos de €25.000
Tesla enfrenta investigações antitruste na União Europeia
A Tesla ainda lidera em áreas como direção autônoma e baterias, mas sua vantagem tecnológica vem diminuindo. O mercado já não aceita valorizações baseadas apenas em promessas futuras. Os investidores agora exigem resultados tangíveis.

As ações da Tesla sofreram uma queda drástica devido a diversos fatores. Exploramos as causas dessa queda e o futuro da empresa.
Imagem da marca e política
Além dos desafios operacionais, a Tesla enfrenta um ambiente político e social complicado. O CEO Elon Musk tem protagonizado controvérsias por seu ativismo político e declarações polarizadoras nas redes sociais, gerando boicotes e protestos em diversos mercados.
O custo da polarização
Ao apoiar abertamente candidatos políticos e se posicionar sobre temas sociais controversos, Musk alienou parte dos consumidores. Em estados mais progressistas dos EUA, como Califórnia, as vendas caíram, afetando diretamente a receita regional da empresa.
Campanhas de boicote nas redes sociais contra a marca
Queda nas vendas em mercados urbanos e progressistas
Fornecedores e acionistas preocupados com a reputação da marca
Conflitos trabalhistas em fábricas na Alemanha e no Texas
Atritos com governos europeus sobre questões ambientais
Além disso, decisões estratégicas como cortes de preços e foco exagerado em inteligência artificial têm gerado dúvidas sobre a direção da empresa. Investidores institucionais agora pedem mais foco e coerência na visão de longo prazo.
Resumindo, a Tesla enfrenta uma tempestade perfeita: desaceleração nas operações, concorrência crescente e danos reputacionais. Sua recuperação dependerá da capacidade de apresentar resultados concretos, recuperar a confiança na marca e se reposicionar num mercado que se tornou implacável.