WARREN BUFFETT ANUNCIA SUA APOSENTADORIA EM 2025
Durante a assembleia anual de acionistas da Berkshire Hathaway em Omaha, Warren Buffett anunciou sua aposentadoria como CEO no final de 2025, após mais de seis décadas liderando um dos conglomerados mais bem-sucedidos do mundo. O magnata de 94 anos nomeou Greg Abel como seu sucessor, decisão bem recebida por investidores e analistas. Buffett garantiu que manterá suas ações e o cargo de presidente do conselho, reafirmando seu compromisso de longo prazo com a empresa. Essa transição histórica marca o início de uma nova era para a Berkshire e o encerramento de um capítulo lendário do capitalismo norte-americano.
A aposentadoria de Buffett e seu legado
No dia 3 de maio de 2025, em um evento que reuniu mais de 30.000 acionistas em Omaha, Warren Buffett anunciou que deixará o cargo de CEO da Berkshire Hathaway no final do ano. Com 94 anos e energia que desmentia sua idade, Buffett foi direto: “É hora de passar o bastão”. O anúncio, inesperado até mesmo para executivos da empresa, marcou o fim de uma era que redefiniu o investimento de longo prazo e a gestão corporativa.
Desde que assumiu a Berkshire Hathaway nos anos 1960, Buffett transformou uma empresa têxtil decadente em um gigante com participações icônicas como Coca-Cola, American Express e Apple. O valor de mercado da Berkshire supera os 900 bilhões de dólares, e sua filosofia de investimento em valor foi replicada por gerações de investidores.
Compromisso contínuo
Embora vá se aposentar como CEO, Buffett continuará vinculado à empresa como presidente do conselho e não venderá suas ações, que representam cerca de 31% da companhia. A decisão visa enviar um sinal claro ao mercado: a transição será planejada e os princípios da Berkshire serão mantidos.
Ele continuará influenciando decisões estratégicas importantes no conselho.
Sua fortuna permanecerá comprometida com a Giving Pledge, apoiando causas filantrópicas.
Manterá comunicação ativa com o novo CEO, garantindo transição suave.
Buffett também prestou homenagem ao seu parceiro de longa data, Charlie Munger, falecido em 2023. Ele o descreveu como “a bússola intelectual da Berkshire” e agradeceu sua influência em investimentos cruciais como Apple e BYD. O público respondeu com aplausos de pé, demonstrando carinho e respeito por essa dupla lendária.
Visão de longo prazo
Em uma era em que decisões de investimento são tomadas em milissegundos, Buffett defendeu seu estilo de gestão descentralizado e a paciência para esperar por valor real. Ele também alertou sobre narrativas especulativas ligadas a modismos como inteligência artificial, lembrando que “nem tudo que é exponencial é sustentável”.
Sua filosofia — comprar empresas excelentes, com bons gestores e preços razoáveis — permanece atual. E seu legado não é apenas financeiro, mas também cultural. Nas palavras de Buffett: “A Berkshire é mais do que um portfólio: é um sistema de valores.”
A estratégia da Berkshire após o anúncio
Com a aposentadoria iminente de Buffett, os acionistas observaram atentamente os sinais sobre o futuro da Berkshire. E está claro: a empresa está preparada. No primeiro trimestre de 2025, a Berkshire registrou uma posição de liquidez recorde de 347,771 bilhões de dólares, refletindo sua postura cautelosa diante da valorização excessiva dos ativos.
Cautela e disciplina
Buffett confirmou que a Berkshire foi vendedora líquida de ações pelo décimo trimestre consecutivo, com desinvestimentos superiores a 20 bilhões de dólares. A redução incluiu parte das ações da Apple (ainda a maior posição da empresa) e do Bank of America. Questionado se isso indicava preocupação, Buffett respondeu: “Não vejo oportunidades sensatas nesses preços”.
A posição em Apple ainda vale cerca de 135 bilhões de dólares.
Buffett elogiou Tim Cook pela gestão prudente e recompras de ações.
Prioriza-se empresas com fluxo de caixa previsível e baixa alavancagem.
Política econômica e mercado
No campo político, Buffett criticou abertamente as tarifas comerciais propostas por Donald Trump: 25% sobre importações do Canadá e México, e 10% da China. “Guerras comerciais não têm vencedores”, afirmou, citando lições da Grande Depressão. Ele também demonstrou preocupação com a inflação e o crescimento da dívida pública, embora sem previsões alarmistas.
Sobre a recente volatilidade do mercado, Buffett foi direto: “Não vejo um mercado de baixa, apenas histeria passageira”. Com isso, reafirmou seu compromisso de ignorar ruídos e focar no longo prazo — uma mentalidade que moldou seu sucesso e que ainda guia investidores em todo o mundo.

Durante a assembleia anual de acionistas da Berkshire Hathaway em Omaha, Warren Buffett anunciou sua aposentadoria como CEO no final de 2025, após mais de seis décadas liderando um dos conglomerados mais bem-sucedidos do mundo. O magnata de 94 anos nomeou Greg Abel como seu sucessor, decisão bem recebida por investidores e analistas.
Quem é Greg Abel?
Greg Abel não é um estranho na Berkshire, mas ainda é pouco conhecido do grande público. Nascido em Edmonton, no Canadá, em 1962, Abel começou a carreira como contador antes de migrar para o setor de energia. Entrou na MidAmerican Energy em 1992, empresa adquirida pela Berkshire em 2000. Desde então, ascendeu à presidência da Berkshire Hathaway Energy e, desde 2018, supervisiona todas as operações não relacionadas a seguros do conglomerado.
Perfil executivo discreto e eficaz
Buffett o descreveu como “um gestor extremamente inteligente, pragmático e totalmente alinhado com a cultura da Berkshire”. Diferente de candidatos mais midiáticos, Abel lidera com discrição, toma decisões firmes e cultiva relações sólidas com as lideranças das subsidiárias.
Formado com honras pela Universidade de Alberta em comércio.
Chamou atenção de Buffett pela atuação em energia renovável e gestão operacional enxuta.
Membro dos conselhos da Kraft Heinz e da AEP.
Conhecido por sua agenda austera e foco absoluto em resultados.
Abel foi anunciado como sucessor designado em 2021, mas a confirmação pública veio somente agora. Com o aval de Buffett, as dúvidas sobre a sucessão se dissipam. “Greg conhece a Berkshire de ponta a ponta”, afirmou o Oráculo de Omaha. “Sabe o que precisa ser preservado e quando é preciso inovar”.
Desafios pela frente
Entre os desafios que enfrentará estão manter a autonomia das subsidiárias, seguir a cultura descentralizada e resistir às pressões do mercado por resultados trimestrais. Também caberá a ele decidir como alocar os mais de 300 bilhões de dólares em caixa de forma prudente e estratégica.
Embora não tenha o carisma público de Buffett, Abel possui o que realmente importa: confiança do conselho, respeito dos executivos e o apoio do investidor mais lendário da história. O futuro da Berkshire Hathaway está em suas mãos — e o mundo dos negócios observa com atenção.